“A sexualidade em sua modalidade violenta, noturna e predatória tem, desde a literatura gótica do final do século XVIII, sua mais recorrente metáfora no vampiro, figura mítica legada pelo Romantismo. Enfeixando o amor e a morte, os vampiros têm uma ligação indiscutível com as potências daimônicas e ctonianas: o romance Drácula, de 1897, coloca como principal ameaça do vampirismo a insaciabilidade de seu desejo sexual, tão mais ameaçador por ser percebido enquanto força incontrolável da natureza em sua indiferença arcaica. Neste sentido, os vampiros apresentam uma dimensão dionisíaca indiscutível e, curiosamente, além do próprio deus Dioniso também ter sido associado, por Eurípides, em As bacantes, a um caçador sedento de sangue, os rituais em sua homenagem culminavam na omofagia, ou seja, a ‘consumação imediata do sangue e da carne crua’ da vítima sacrificial, geralmente um touro ou um bode, após seu dilaceramento (diasparagmós, em grego) praticantes do culto.”
13 de abril de 2015
Vampiros: poses e perversões (Fernando Monteiro de Barros)
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13 abril, 2015 at 17:38
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