“Por que dar atenção a narrativas que se centralizam no medo? Basta pensar, inicialmente, no movimento de fascinação que crianças e jovens têm apresentado, ao longo dos últimos anos, em relação a obras que se fundamentam no susto e no pavor. Nas três últimas décadas, principalmente, multiplicaram-se livros e filmes que provocam sensações de horror e, mais do que isso, fazem do medo o seu tema básico. Um arrepio, um recuo ao toque, uma sensação de náusea, repulsa e pronto: estamos face ao que não desejávamos e é impossível recuar. O horror, é certo, nos causa ameaça. Em última instância, ameaça o nosso mundo, que já anda para lá de ameaçador. Não é de espantar que o mundo se envolva em artefatos, à maneira das cidadelas medievais, para que se afaste o medo, e, é claro, os bárbaros que possam causá-lo. Assim, engenhocas são mentadas para que os civilizados se sintam mais seguros, envoltos em redes ou grades, em circuitos fechados. No entanto, por entre possibilidades de balas perdidas e um assalto a cada esquina, podemos nos dar ao luxo de ficarmos assustados com histórias de vampiros, lobisomens, monstros, fantasmas… (…)”
20 maio, 2011 at 13:50
Olá Júliio,gostaria de pedir o contato da autora desse ensaio pois ele se encaixa perfeitamente na idéia da nossa segunda edição da revista A Elipse, a mesma que vc concedeu uma entrevista, gostaria de pedir autoriçzação para usar o texto, ou um texto similar adaptado para uma revista não acadêmica de fomento a literatura. Obrigado.
28 março, 2012 at 9:41
Gostei muito dessa história, ela me causou muito medo.